A crença em milagres na recuperação da saúde de crianças é tida como tortura por parte da comunidade médica.
Segundo artigo publicado por médicos do Great Ormond Street Hospital, na Inglaterra, os pais que não autorizam a eutanásia de crianças com doenças terminais estariam submetendo seus filhos a sofrimentos semelhantes à tortura.
O artigo da junta médica foi publicado no Journal of Medical Ethics, e defende uma reformulação das leis do país para que o peso da crença dos pais na decisão sobre o tratamento de saúde de seus filhos seja revisto.
Porém, segundo informações do jornal Telegraph, críticas ao artigo da junta médica já surgiram, acusando-os de impor valores seculares à sociedade, ignorando seus valores de crença.
Os médicos, porém, argumentam em seu texto afirmando que boa parte dos casos em que os pais não concordam em interromper o tratamento em pacientes terminais, a decisão é tomada com base na religião.
-Estamos cada vez mais preocupados que a crença profundamente enraizada na religião pode levar as crianças a serem submetidas a tratamentos pesados na expectativa da intervenção “milagrosa”. Em muitos casos, os filhos sobre os quais as decisões estão sendo feitas são jovens demais para se decidirem a respeito das crenças religiosas de seus pais, e ainda assim, continuam a respeitar as crenças dos pais – afirmaram os médicos, alegando que se a decisão fosse tomada apenas com base no desejo das crianças, boa parte optaria pela interrupção do tratamento.